terça-feira, 20 de outubro de 2015

Pausa Para Nerdices: Stars Wars: Episódio VII- O Despertar Da Força.


Na ultima segunda (19), no intervalo do jogo entre Philadelphia Eagles e New York Giants transmitido pela ESPN, foi lançado o novo trailer de Star Wars- O Despertar Da Força. O que teve de nerd assistindo Monday Night Football...
No terceiro trailer do sétimo episódio da saga, as coisas ficaram mais claras, mostrando mais pistas sobre o filme que se passa 30 anos após O Retorno De Jedi.

Desde o lançamento do trailer, já teve pré-venda de ingressos que derrubou site, gente falando que a franquia virou modinha (38 anos de ~modinha~, né?), fanboy chorando, campanha de boicote ao filme porque O PROTAGONISTA (John lindo Boyega) É NEGRO! Inclusive: 

Lide com isso, sociedade!

O filme tem estréia prevista para o dia 17 de dezembro. Enquanto novas polêmicas surgem, e o tal aguardado dia da estréia não chega, vai ter sorteio relâmpago nesse blog por motivo de: O Agridossiê está de aniversário!!!! aeeeeeeeeeeeeeeeee

 Senhor Vader, quantos aninhos o blog está comemorando???


Siiim! Um ano de blog! E quem vai ganhar presente são vocês, caros padawans. Eis o presente: Star Wars- A trilogia. Edição Especial. 


Gosto, quero!
Regulamento.
Para concorrer é muito simples, basta:

1) Curtir a  fanpage do Agridossiê. (www.facebook.com/agridossie) 

2) Clicar na aba "Promoções" (lateral esquerda) e depois em "Quero Participar".

Pronto! Você tá dentro! :)

O sorteio acontecerá no dia 06/11/2015 e o ganhador será anunciado na nossa página do Facebook.

Boa sorte, e que a força esteja com vocês!


 Equipe Agridossiê

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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Pipoca & Manteiga: Ao Mestre Com Carinho!

Hoje é o dia de uma classe muito especial! Aquele profissional adorável, responsável pelo nosso conhecimento, desenvolvimento, a base de toda vida profissional e até pessoal. Se você consegue diferenciar mais e mais, agradeça ao seu professor ou professora, né, miga/migo!

A origem da data comemorativa teve início ainda no império, com o decreto do ensino elementar no Brasil, em 1827, por Dom Pedro I. Em 1947, Salomão Becker teve a ideia de fazer uma fetjeenha, para comemorar a data, e para dar um dia folga à classe que sempre ralou muito. Mas, a data só foi oficializada em 1963. Ficaram todos em casa assistindo Sessão da Tarde, hoje? Agradeçam ao professor Salomão!
 
Infelizmente, uma das profissões mais importantes sofre com uma grave desvalorização. Baixos salários, desrespeito de governantes e até de seus próprios alunos, condições de trabalho precárias, excesso de trabalho, vindo com o peso de educar os alunos, pois muitas vezes os pais transferem essa responsabilidade para os professores.

Apesar dos problemas que não são poucos, com uma necessidade gritante de mudança, esses lindos e lindas merecem todo reconhecimento, por ofertar conhecimento, sabedoria. À todos os mestres do conhecimento: Gratidão! <3



E para comemorar esse dia todo trabalhado na fofura, 5 indicações de filmes sobre mestres!


Mr. Holland- Adorável Professor. (1995) 
Um conselho: ASSISTAM! sem mais.



Meu Mestre, Minha Vida. (1989) 
Primeiramente: Morgan Freeman. Qualquer filme que tenha esse senhor lindo, vale a pena assistir, e a história do longa é muito boa também.
O professor Joe Clark (Morgan Freeman) foi convidado para assumir o cargo de diretor de uma escola problemática. Com métodos rígidos e pulso firme, acaba obtendo certos resultados, ganhando admiradores e inimigos. 


Ao Mestre com Carinho (1967)
Um clássico do cinema. Mark Thackeray (Sidney Poitier), é um engenheiro desempregado, que decide dar aula em uma escola de brancos. Pior, uma classe totalmente indisciplinada. Uma tarefa árdua, mas com um final positivo? 
E claro, com a famosa trilha sonora que todos adoram postar nas redes sociais no dia 15 de outubro. "Quero aprendeeer, sua lição que faz tão bem pra miiiiim..." Acho linda, confesso!   



Escritores Da Liberdade. (1997)
Mais um filme, com a história agora de uma professora, que chega em uma escola em um bairro pobre, com uma forte tensão racial e se depara com uma turma problemática . Mais um exemplo de que bom ensino, respeito e amor, muda tudo.



Mentes Perigosas (1995)
Outro clássico super conhecido! Conta a história de uma ex oficial da marinha (Michele Pfeiffer) que passa a dar aulas de inglês para realizar um antigo sonho de lecionar.
Passa por muitas dificuldades ao ensinar de forma convencional, em uma escola com sérios problemas. Sendo assim, muda completamente seu método de ensino.
Destaque para a trilha sonora, bastante conhecida. 




Por Rose Monteiro/Agridossiê

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terça-feira, 29 de setembro de 2015

PIPOCA & MANTEIGA: O Holocausto no Cinema

 2015, o mundo celebra os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. E quando se trata desse assunto, é impossível não lembrar de um terrível fato que aconteceu nesse período. O Holocausto.

Foi o assassinato em massa de 6 (SEIS, MEUS CAROS, SEEIS) milhões de judeus, durante todo o período da Segunda Guerra. 


Campo de Concentração de Auschwitz
Além dos judeus, ciganos, comunistas, homossexuais, prisioneiros de guerra soviéticos e deficientes físicos e mentais, eram levados para campos de extermínio e assassinados em câmeras de gás. É considerado o maior genocídio do século XX.
Eis a lista com alguns filmes que retratam esse capítulo obscuro da história da humanidade.

O Pianista (2002)


Vencedor de três Oscars, o filme conta a história de Wladyslaw Szpilman (Adrien Brody), um famoso pianista, que trabalhava na rádio de Varsóvia. Com o início da Segunda Guerra Mundial em 1939 e a ocupação alemã, os judeus tiveram seus direitos limitados, até serem removidos para o gueto, aonde viviam em situação extremamente precária. 
Com a desocupação do gueto, a família de Szpilman  junto com todos os outros que viviam naquele lugar, foram deportados para o campo de extermínio em Treblinka. Szpilman consegue se salvar do trem da morte e começa a sua luta pela vida em plena perseguição nazista. 





O Diário De Annie Frank (1959)


Se você não estava procurando água em Marte, com certeza já leu o livro, assistiu o filme, ou pelo menos já ouviu falar sobre o diário mais famoso, né?!
No auge da ocupação nazista, Annie (que não era holandeza e sim alemã. Aprendam!), vivia com sua família que era judia em Amsterdam. Fugidos da Gestapo (polícia secreta alemã), foram viver escondidos no sótão com outra família judia e um dentista judeu durante 2 anos.
Nesse período, Annie registrava seu cotidiano e pensamentos em um diário, presente do seu pai. Por conta de uma denúncia anonima, forma descobertos e levados para campos de concentração. 
O final não é nada agradável, como a grande maioria já conhece. Mas, vale muto a pena ler o livro, assistir ao filme, conhecer a história de Annie.

O Menino Do Pijama Listrado (2008)


Particularmente, eu sou encantada por esse filme. Mark Herman (o diretor), soube conduzir com delicadeza, um assunto tão pesado e triste. Baseado no livro de John Bayne, o longa conta a história de Bruno (Asa Buttefield), um menino de 8 anos, filho de um oficial nazista muito importante (David Tleulis) que é promovido à um cargo muito importante em um campo de concentração longe de Berlim. por conta disso, a família se muda para uma casa perto do tal campo. Por não ter muitas atividades para fazer e nem amigos, Bruno começa a explorar o local, e se depara com o campo de concentração, mesmo não sabendo o que acontece naquele lugar. O menino conhece Shmuel (Jack Scanlon), um garoto judeu da mesma idade de Bruno, que vivia no campo com seu pijama listrado. Era assim que Bruno chamava o uniforme que os judeus usavam. Mesmo do outro lado da cerca elétrica, a amizade entre os meninos crescia, independente das suas diferenças. Até que um dia, o pai de Shmuel "desapareceu" dentro do campo de concentração, e Bruno oferece ajuda para encontrá-lo. Recomendo calma para assistir ao final desse filme. Sério.


A Chave De Sarah (2010)   


Na cerimônia do aniversário de 70 anos da deportação de 13,152 mil judeus, o presidente François Hollande reconheceu a responsabilidade da França por tal ato.
Momento "refrescando a memória": Em julho de 1942, a polícia francesa prendeu 13,152 judeus e os reuniram em condições caóticas em um velódromo de inverno. Dias depois, os entregou para os nazistas, que por sua vez, os deportaram para campos de extermínio na Polônia.  
A Chave de Sarah retrata essa passagem vergonhosa da França dominada pelos nazistas. O filme tem o famoso flashforward, mostrando a jornalista Júlia (Kristin Scott) que começa a elaborar uma matéria sobre o rastro que o nazismo deixou na França, com flashbacks  mostrando a menina Sarah (Mélusine Mayance) e sua família, que foram presos e enviados para o velódromo. Mas antes disso, tentando proteger o irmão, Sarah o tranca no armário do quarto, e pediu para que ele não saísse de lá enquanto ñão voltasse para buscá-lo. Todos os judeus (inclusive Sarah e sua família), foram enviados para os campos de extermínio poloneses. Sarah acaba fugindo e com a ajuda de um casal, retorna à sua casa para salvar o irmão. Mas... (o botão "spoiler" ascendeu. Parei.)
Em um dado momento, o passado de Sarah e o presente de Júlia se encontram.(botão "spoiler" gritou novamente. Parei , juro).  
O filme, embora tenha tratado o assunto de forma leve, toca na ferida que os franceses vêm esquecendo com o passar do tempo. Segundo uma pesquisa feita pelo CSA em 2012, 67% da população com menos de 35 anos nunca ouviram falar sobre o que aconteceu em 1942. 25% dos franceses maiores de 65 anos, também desconhecem a tragédia. Enterrar um passado, que não pode ser esquecido para que nunca mais se repita, é preocupante e não pode ser jogado ao silêncio. Mas isso é assunto para o final desse post. Segue a resenha...

 Os Anjos Da Guerra (2001)

Mais um filme com um tema tão pesado porém, suave. Romek (Haley Joel Osment), é um garoto judeu polonês, que foi separado da família por conta da depostação do gueto para os campso de extermínio. O pai de Romek que já havia ensinado o menino os ensinamentos católicos para evitar que o mesmo fosse identificado como judeu, o enviou com a ajuda de um padre (Willem Dafoe) para a casa de um casal de fazendeiros que o escondeu. Durante o transporte dos judeus para os campos de concentração, muitos se  jogavam dos trens de cargas, tentando a sorte de se livrarem do inferno nazista. E o ponto alto do filme, acontece justamente quando Romek e os filhos do casal que o escondeu, vão nos trilhos aonde os judeus faziam a viagem final. O desfecho da história é bem surpreendente e confesso que ainda não o superei. Recomendo muito.    

Fuga De Sobibor. (1987)


Em 1942, Heinrich  Himmler deu início a "Operação Reinhardt", a solução final em relação ao extermínio dos judeus em toda a Europa. Foram criados em sigilo 3 campos de extermínio no leste da Polônia. Belzec, Treblinka , e o mais secreto de todos, Sobibor. Foram transportados para lá, prisioneiros de guerra, soviéticos e judeus. 260.000 pessoas foram assassinadas em câmeras de gás de um motor a diesel. 
O filme mostra a maior e bem sucedida revolta que teve nos campos nazistas. Um grupo de prisioneiros que poupado para trabalhar nas dependências de Sobibor, planejaram matar os soldados do campo e uma fuga em massa.     No dia 14 de outubro de 1943, aconteceu o que nenhum oficial da SS esperava.
      
Insurreição (2001)



No auge da ocupação alemã na Polônia, e com os guetos totalmente lotados, a deportação dos judeus para os campos de extermínio já havia começado. Muitos já tinham conhecimento do que acontecia nesses campos.  Moredecai Anielewicz (Hank Azaria), liderou um grupo de judeus que não aceitavam o final destinados ao seu povo. Preferiam morrer lutando no gueto do que morrer em uma camera de gas. E assim fizeram. Foram 3 meses de resistência, dando origem aos famosos túneis de Versória.  





A Lista De Schindler (1993)


                         
O que falar de um filme que eu já assisti 543298373 vezes e o considero pakas?
Vencedor de 7 Oscars, 3 Globos de Ouro, oitavo melhor filme americano da história, um dos melhores filmes já visto no mundo, que conta com maestria a história de Oskar Schindler (Liam Neeson <3) um empresário rico, sedutor, de boa lábia, membro do partido nazista. Comprou uma Fábrica na Cracóvia, aonde os funcionários eram judeus que viviam no gueto. Claro, a mão de obra judia custava menos do que contratar funcionários poloneses. Com a desocupação do gueto, os judeus (inclusive, os funcionários de Schindler) foram levados para um campo de concentração provisório, comandando por Amon Goeth (Ralph Fiennes <3). Oskar conseguiu que seus judeus continuassem a trabalhar em sua fábrica. Mas, com os avanços do exercito vermelho, os nazistas ordenaram que os campos provisórios fossem fechados e que todos os prisioneiros fosse deportados para Auschwitz. Schindler conseguiu uma autorização para levar seus funcionários para Brinnlitz, dando origem a lista de Schindler. 
1.100 judeus foram salvos por Oskar. Poucos sabem, mas foi feito muito mais do que foi mostrado no filme. Em janeiro de 1945, dois vagões, com 132 judeus foram rejeitados por vários campos de concentração por estarem cheios demais. Esses vagões foram abandonados em Brinnlitz. Foi Oskar que os salvou.   





Infelizmente, 6.000.000 de judeus não tiveram a mesma sorte que os judeus de Schindler tiveram. Suas vidas foram brutalmente ceifadas por conta do ódio e preconceito de uma mente doente.
A história é dolorosa, é vergonhosa, mas jamais deve ser esquecida. Muito pelo contrário, deve ser discutida, ensinada à todas as próximas gerações, para que a memória daqueles que foram vítimas de tanta crueldade seja respeitada, e para que nunca mais isso volte a acontecer. 

  


Por Rose Monteiro/ Agridossiê

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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Top 10 Vadias

Meninas abandonam estudos e tentam suicídio após entrar para lista das "mais vadias" 
(Notícia aqui)

'Ranking' expõe intimidade sexual de alunas da USP e causa revolta (Notícia aqui)


Defina “vadia”. Diversos adjetivos pejorativos ligados à sexualidade da mulher lhe sobrevieram à mente. Defina “vadio”. Homem desocupado.


Quando deparei com essas notícias há alguns meses atrás, logo pensei “quem é o vadio/vadia na verdade?”.  São essas garotas covardemente listadas nas mais tenebrosas “premiações do ridículo”, ou são os desocupados garotos que promovem tais definições fúteis e discriminatórias? Onde realmente se encaixa o conceito?
Creio não ser uma pergunta difícil.


Segundo a reportagem, os rankings já existem por mais de um ano, e os “critérios” são dos mais variados. “Fulana usa aquela calça colada e anda rebolando, merece a posição 7”, “Tati ficou com seis moleques, putz, essa é um claro caso de 5º lugar”, “Bruna enviou foto nua para o namorado e tá rodando no whatsapp, merece um 2”, e a medida que essas garotas vão vivendo, o ranking vai se movimentando e suas colocações transitando.

Os “resultados” eram divulgados nas redes sociais e até mesmo em cartazes colados nos muros das escolas e da universidade, no caso da USP. E infelizmente, os tais “Top 10” não estão restritos aos locais que ocorreram as denúncias na mídia, já existem registros de casos no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, e sabe-se lá, por onde mais essas ultrajantes listas estão sendo formuladas. Uma verdadeira praga. Tal como um Oscar, também aparecem outras categorias “a mais preta”, “as lésbicas”, e ninguém está a salvo de, involuntariamente, participar do certame.


Dentre os mais variados temas que o assunto trás à tona, como educação, orientação sobre sexualidade para os jovens, quebra de tabus nas escolas, diálogo, atuação do Estado para propiciar atividades educativas aos jovens, promoção da equidade de gêneros dentro da escolas e comunidades, é fato que essa notícia apresenta um exemplar perfeito de vários erros que nós mulheres confrontamos no dia-dia.

E a origem do problema é o mesmo. Pausa para o “ai lá vem”, “ela vai dizer aquela palavra...”, é, já aviso, vou dizer SIM que a semente do problema vem da (des)construção de uma sociedade ma-chis-ta. Pronto, tá aí a palavrinha chave que você não queria ler, machismo.

Mesmo que alguns torçam o nariz para o machismo, não é novidade que ele protagonize e seja a causa de criar situações deploráveis na história de garotas que apenas estão tocando suas próprias vidas. Mas saber que meninas estão abandonando os estudos, reclusas em casa com depressão e até mesmo considerando o suicídio por conta das facetas do machismo, é novidade para você? Se não for novidade, com certeza não deixa de ser preocupante, melancólico, aterrador.


Os garotos tiveram sua cota de “Top 10”, em contrapartida, são classificações desejadas, disputadas entre eles, ora, o “pegador”, quer título melhor? A eles, o orgulho, a elas, a vergonha. Precisa mesmo reiterar que “slut shaming”, ou também conhecido como a perversa fiscalização do comportamento sexual das mulheres, é errado, é prejudicial?


E se vier com esse papinho de que “nessa idade tem é que estudar, se tá nessas listas é porque boa coisa não tá fazendo”, segura esse alerta: qualquer opinião dessa natureza é infundada,  medíocre, não acrescenta e nem faz voz no coro. A voz que se destaca aqui, clama por respeito. Respeito às descobertas, à intimidade, às experiências de cada uma. Respeito ao direito da mulher conduzir sua vida íntima, afetiva, amorosa como lhe convir. Não é utopia, é autonomia. Questão de equidade, existe, e não é um sistema falido.

Diante a polêmica das escolas de São Paulo, algumas meninas ainda foram questionadas pelos pais (inversão vítima-ofensor), sofreram forte preconceito da comunidade, foram deliberadamente julgadas e apontadas. “Joguem pedras nas Genis!”, pensaram eles. São garotas adolescentes, passando por uma turbulenta fase psicológica e física, procurando aceitação. Repudiamos o apedrejamento de mulheres em outros países, nos gabando da nossa nobre civilidade, enquanto ignoramos que as palavras ferem tão gravemente como uma rocha.


Quanto às meninas que pactuam e cooperam com essas listas, é uma lástima ainda mais sofrida, entretanto, compreensível, em que pese ser resultado da insistente perpetuação do discurso machista que se beneficia com a rivalidade e competitividade feminina. E aqui me permita incluir um conselho, porque não podemos deixar as minas andando sob o véu escuro da ignorância: moça, conspurcar a coleguinha através de ofensas quanto a sua sexualidade (“piranha”, “puta”, “vadia”) não torna a sua reputação intocável e pior ainda, tem efeitos nocivos em todas mulheres, inclusive em você mesma! A ofensa sexista afeta a todas nós, e só tem o condão de nos privar de desfrutar os prazeres que a liberdade proporciona!

A resposta para as humilhações públicas não é revidar os autores no mesmo sentido negativo, mas sim retirar o efeito negativo de nós! Aos desavisados que estavam em Marte nas últimas décadas, feminismo não é o contrário de machismo, não queremos que atitudes opressoras se igualem para ambos os lados, mas sim que a liberdade prospere para todos, como iguais.

Já falei e repito, mulheres, uni-vos! As listinhas e outros truques existem para nos enfraquecer, quebrar o elo. A mudança começa em nós. Os patrulheiros da sexualidade feminina se alimentam da nossa vergonha, da nossa vulnerabilidade em acreditar que ser livre é errado, e sentir culpa é o certo.


Se o sossego de uma mulher depender da aprovação alheia através de um criterioso processo seletivo de análise do seu histórico comportamental, nenhuma com o mínimo de personalidade passa no teste! Aliás, você precisa se sujeitar a testes? E aquela que não estiver no desconhecido éden-das-mulheres-perfeitas, está facilmente sujeita a amanhã encontrar seu nome nas infames listinhas das top 10 vadias! “Pô, mas aí você foi radical e cruel...” Não, crueldade é tabelar e expor a mulherada com o egoístico intuito de rechaçar e se divertir com a humilhação delas, ainda mais quando a listinha do ‘quem te perguntou’ não tem ninguém inscrito. 


Ignorar não é tarefa fácil mulherada, mas podemos criar redes de diálogos e informação que recicla esse lixo em lições úteis de conscientização para garotas e garotos.

O nosso trabalho é conjunto, é aprendizado e é luta, para que nenhuma mulher se sinta inferiorizada socialmente pelas estratégias machistas de desmoralização. O pomo da discórdia não premiará a mais bela, mas com certeza continuará criando rankings que reforçam conflitos entre guerreiras que batalham do mesmo lado. Não vamos sucumbir, e iremos ao socorro de todas que caem nessas armadilhas. Aqui, Afrodites, Atenas e Heras não disputam entre si, estão lado a lado, unidas por uma razão que verdadeiramente vale a pena lutar.


Por Morato/Agridossiê

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